Bicha Oca no GAYBOA

“bafão mona… era feriado de 7 de setembro, o povo descendo cariado, passando barracas e eu ali, me sentindo, a dona do puto”

Sempre quando estou as vésperas de apresentar a BICHA OCA, me questiono: aonde fui amarrar meu bode? Claro que depois de encenada, a única sensação que resta é de alívio e satisfação, afinal… é meu trabalho, minha arte, minha forma de comunicar, de comungar.

Bicha Oca é um trabalho que não para de surpreender. Seja pela inquietude do João (Pedro Matos) – o ator que dividi o trabalho comigo, seja pelos questionamentos do público que sempre quer mais. Sedentos, querem mais. Insanos, querem mais. Carentes imploram por mais.

Neste feriado de 7 de setembro a peça integra a programação da diversidade do Teatro  Gamboa Nova, (http://www.teatrogamboanova.com.br) que se estende por todo o mês.

E dá-lhe ki suco de morango, omeletes e …

o resto não digo, só ao vivo.

Aos que continuam compartilhando das minhas epifanias… anotem, serão 4 apresentações

Dias 07 e 08 às 18hs e às 20hs

Proibido para menores de 18 anos

Livremente inspirado na literatura homoerótica do autor Marcelino Freire

R$20 e R$10

O trabalho é feito em parceria com João Pedro Matos

“Bicha Oca”, produção de São Paulo, que apesar do título suspeitoso é a mais interessante das propostas merecedoras de atenção. Adapta com ousadia exemplar contos eróticos do escritor pernambucano Marcelino Freire, na intenção de descrever a vida de um homossexual idoso, desbocado e esfomeado por encontros fortuitos. O enredo é interpretado com requintada confecção teatral por Rodolfo Lima e João Matos. Em cena, os dois não concedem, não fazem de conta ao transpor a radicalidade existencial das figuras que põem em relevo. Explicitam a conjunção carnal entre o gay já desiludido do título e uma garoto que paira entre a doçura e a agressão. Como um anjo exterminador. Como os personagens de Jean Genet. Como se as figuras de Francis Bacon fossem tatuadas a fogo na pele dos dois amantes. Pela admirável proporção de crueza e beleza, “Bicha Oca” avança muitos passos no estrado em que o teatro vem se contendo, se amofinando, em simulações de bom-tom. É imperdível.

(Miguel Anunciação – Jornal Hoje em Dia/BH – 10/04/12)

Blog João: http://joaoanonimatos.blogspot.com.br/2012/09/bicha-oca-gayboa.html?showComment=1347289517488

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