Fora de mim

O último livro de Martha Medeiros “Fora de mim” não é lá muito gostoso de se ler. É chato para dizer o português bem claro. Gosto muito das suas crônicas, suas pequenas epifanias, suas colocações. Mas em Fora de mim a personagem me entediou com tanto blá blá blá. É um livro sobre dor de cotovelo mesmo. Ali percebemos como se torna chata uma pessoa que está tentando sobreviver a uma desilusão amorosa. Será que sou assim também? God. Arrastei a leitura por insistência e por respeito à autora. Pensava: alguma coisa boa deve ter aqui. E tinha, pelo menos os três fragmentos que reescrevo abaixo. Parece que quando não desistimos de uma coisa, algo sempre de bom aparece. É assim também na vida real? Meu sobrinho assiste num canal a cabo um desenho chamado “Martha Fala”, eu penso: Martha me responde? Please!!!!!

(1)

“(…) Nunca deixarei de pensar em você, porque você foi o amor menos elaborado que tive, menos politicamente correto, menos “o cara certo na hora certa”, menos criado no cativeiro da idealização, e essa impossibilidade de intelectualizar o que sinto me faz pensar que talvez eu não estivesse enganada, sobre aquela idéia romântica de que só se ama assim uma vez. (…) com sorte, talvez eu consiga aceitar que no amor não existe moral da história, enfim”

(2)

“É a pior morte, a do amor. Porque a morte de uma pessoa é o fim estabelecido, é o retorno para o nada, uma definição que ninguém questiona. A morte de um amor, ao contrário é viva. O rompimento mantém todos respirando: eu você, a dor, a saudade, a magoa, o desprezo – tudo segue. E ao mesmo tempo não existe, mais o que existia antes. É uma morte experimental: um ensaio para você saber o que significa a morte ainda estando vivo. Já que morremos de fato, não sabemos. Então é isso que começo agora, minha trajetória de morta-viva, com algumas horas mais mortas, outras mais vivas, dependendo do que me chega (…)”

(3)

“(…) perde-se o homem, perde-se a mulher, mas o amor ainda está ali, mesmo sendo o deflagrador do vazio. Por estranho que pareça, há uma sensação de pertencimento, algo ainda está conosco. A saudade é uma presença (…)Em que momento o amor se desfaz, desaparece?”

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